sexta-feira, março 13, 2009

QUANDO COMER VIRA COMPULSÃO


A pessoa sabe que não é fome – afinal não faz muito que se alimentou e a refeição foi satisfatória . Mas de repente vem aquela vontade irresistível de devorar tudo que encontrar pela frente. É uma sensação totalmente incontrolável com desfecho previsível: a pessoa dispara a comer até se empanturar e sentir-se desconfortavelmente cheia. No final, além do mal estar físico, o comedor descontrolado acaba ficando deprimido, envergonhado e um tanto transtornado. O curioso é que não se trata mesmo de fome, mas apenas de vontade de comer. E quando essa vontade surge de forma tão avassaladora, caracteriza um distúrbio que os especialistas chamam de “transtorno do comer compulsivo”, um problema que atinge um terço dos obesos e, como as demais patologias alimentares, está claramente relacionado com as carências psicológicas. De alguma forma, toda compulsão, particularmente por comida, revela ansiedade e busca de conforto nos momentos de depressão. O que caracteriza a compulsão alimentar não é a gula, mas a relação emocional que o sujeito tem com o que come.

Muito mais freqüente em mulheres, a doença parece ter relação com os ciclos hormonais femininos: a incidência das crises aumenta no período pré-menstrual, E, como a origem do problema é emocional, fazer regime sem acompanhamento psicológico não resolve, e muitas vezes só piora a situação. Aliás, a maior parte dos comedores compulsivos vive procurando novas dietas, geralmente as mais restritivas. O resultado acaba sendo uma “fome crônica”, aquela insatisfação constante que só faz acionar as crises.

Mas, junto ao apoio psicológico, a reorganização da dieta é evidentemente necessária. Vale lembrar que quem sinaliza a necessidade de comer é o cérebro. E o cérebro não entende de comida, entende de nutrição. Uma má alimentação, pobre em nutrientes ou mal combinada, não satisfaz as necessidades do organismo , por maior que tenha sido o volume consumido. Por essa razão o comedor de “fast food” acaba sentindo fome pouco tempo depois de se banquetear com a grande quantidade de calorias e proteínas comumente contidas nos alimentos industrializados. O que o cérebro denúncia é a falta de vitaminas e enzimas tão presentes em alimentos “vivos” – legumes, verduras e frutas, cruas ou próximas ao seu estado natural. Ou seja, alguém pode estar fisicamente robusto e repleto de energia e mesmo assim se sentir como um “saco vazio”, a auto-imagem típica do caráter oral depressivo.

Outra dica para amenizar a compulsão é comer lentamente e mastigar bem, saboreando a comida. De preferência uma garfada de cada alimento separadamente, de forma a fornecer claras informações nutricionais ao sistema e favorecer a assimilação.

É importante se alimentar a intervalos regulares, e não ficar horas seguidas sem comer. Evitar também alimentos muito quentes ou gelados, pois inibem as papilas gustativas e acabam desencadeando crises. E quando sentir vontade de comer, buscar alternativas prazerosas como caminhar, ler, ver um bom filme ou qualquer outra atividade que distraia e dê prazer.

Exercícios respiratórios também ajudam, pois relaxam o diafragma e aliviam a ansiedade. Um excelente exercício para o comer compulsivo, serve também para tabagismo, a compulsão por fumar: inspire lenta e profundamente pelo nariz, dilatando o ventre; na expiração, vá encolhendo o ventre e elevando o diafragma enquanto exala o ar suavemente pelos lábios quase cerrados. Experimente por 5 minutos e sinta a diferença!

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Retirado do site: http://www.taoyin.com.br

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